Por Cíntia Zanca, Engª Técnica Química; Analista de Laboratório da PROGT Industrial
Já parou para pensar no que é decantação de fato? Além de se tratar da “separação sólido-líquido” que sabemos, nesse post iremos nos aprofundar e entender um pouco mais.
Durante meus estudos e pesquisas sobre os equipamentos PROGT Industrial a fim de autoconhecimento, que também me levou a escrever essa matéria, me deparei com apostilas e projetos das décadas de 1980 e 1990, cujo um dos autores foi nosso diretor técnico-comercial José Álvaro Ogando. Da para imaginar que vem coisa interessante por aí né?
Nos documentos percebe-se nitidamente o denso e histórico conhecimento que nutrem nosso trabalho prático e intelectual até hoje. O sr. Álvaro trabalha com equipamentos de separação líquido-sólido que atendem os setores de açúcar, etanol e energia; saneamento; mineração e siderurgia; papel e celulose; alimentícia; química; e fertilizantes desde 1978. Iniciou a carreira como estagiário da Dorr Oliver e em seguida, na mesma empresa exerceu as funções de coordenador de contratos e gerente de suprimentos. Em seguida, foi fundador de uma empresa de separação liquido-sólio onde exerceu os cargos de diretor técnico-comercial e contratos A visão adquirida exercendo as funções e a vivência no campo na implementação de projetos lhe deu base para fundação da PROGT.
Mas afinal, o que é decantação? Decantação ou sedimentação é o processo de separação de partículas sólidas contidas em um meio líquido, pela ação da gravidade. A velocidade de sedimentação é determinada pelo peso e tamanho das partículas sólidas contidas no líquido.
Figura 1 - Representação esquemática do processo de decantação (NAHRA et al., 2018)
O processo de sedimentação pode ser acelerado através de produtos químicos especiais, denominados de polímeros, ou através do poço da alimentação projetado especialmente para esse fim. Quando a qualidade do líquido clarificado é de maior importância no processo, a adição de polímeros se faz necessário para juntar as partículas pequenas e leves, transformando-as em flocos e fazendo com que se precipitem, limpando o líquido.
O projeto e funcionamento de um decantador são regidos basicamente por onze velocidades: (i) de sedimentação (ii) de alimentação (iii) ascensional (iv) no poço de alimentação, (v) na calha de alimentação, (vi) de transbordo, (vii) de soleira, (viii) periférica, (ix) dos braços raspadores, (x) subida/descida dos braços raspadores e (xi) da calha de transbordo.
Basicamente os espessadores são divididos em dois tipos, quanto ao modo de operação: espessadores e clarificadores.
ESPESSADORES
Os decantadores são denominados espessadores quando o objetivo da sedimentação é a concentração de sólidos (underflow) de uma suspensão alimentada com teor de sólidos normalmente superior a 5% e o interesse na recuperação do líquido separado é secundário. Os espessadores podem ser divididos operacionalmente em espessadores de concentrado e de rejeito.
- Espessadores de concentrado: São aqueles em que a lama sedimentada é concentrada entre 45 a 75% de sólidos, seguindo para uma etapa seguinte de filtração. O produto concentrado é o que interessa ao processo, e o líquido normalmente retorna ao processo, embora não sendo importante a qualidade do mesmo em termos de clarificação.
- Espessadores de rejeito: São aqueles em que o produto sedimentado não interessa ao processo, sendo descartado. Porém, o descarte deve atender um valor mínimo de umidade. O líquido clarificado geralmente retorna ao processo e a qualidade do mesmo já é de melhor qualidade, pois é mais importante que o rejeito.
CLARIFICADORES
São aqueles em que a concentração de sólidos na alimentação é menor que 5% (em geral menos de 1%) e o líquido clarificado (overflow) é de suma importância para a operação. A concentração de sólidos no underflow é sempre abaixo de 40% (em geral 5 a 10%).
Os clarificadores recebem nomes diferentes de acordo com o processo:
• Clarificador de caldo de cana da ETALG (Estação de Tratamento das Águas de Lavagem dos Gases) e da ETAR (Estações de Tratamento das Águas Residuárias) nas indústrias açucareiras;
• Clarificador de licor branco e de licor verde nas indústrias de celulose;
• Clarificador, adensador, decantador, em sistema de tratamento de água e de efluentes.
POSTS FUTUROS
Com as apostilas adquiridas, foi possível elaborar este material para explicar um pouco mais sobre o que é decantação. Nelas existem vários temas interessantes que vamos abordar em outros posts, como os tipos de espessadores, partes constituintes de um decantador, descrição do funcionamento e etc.
A PROGT conta com profissionais qualificados e treinados para atender todas as necessidades do mercado para esses equipamentos. Entre em contato conosco e solicite um orçamento, dimensionamos o seu equipamento conforme a sua necessidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OGANDO, José Álvaro. TREINAMENTO EM ESPESSADORES PARA OPERADORES.
NAHRA, Sara et al. Decantação. 2018. Disponível em: https://querobolsa.com.br/enem/quimica/decantacao. Acesso em: 07 jan. 2022.